INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO

INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO
DESPERTANDO PARA AS TECNOLOGIAS.

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

CONCLUSÃO DE CURSO

FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES EM TECNOLOGIAS DE
INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO ACESSÍVEIS

http://www.4shared.com/video/6na-dqN0ce/Place-UFRGS-Homenagem.html



A COMUNICAÇÃO E AS TECNOLOGIAS ASSISTIVAS NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Fátima Rozana Nascimento da Silva
UFRGS/NIEE – MEC
Leonice Elci Rehfed Nuglisch


RESUMO
Acreditamos que a Escola quanto Instituição de Ensino deva estar coesa as leis e estruturada em parâmetros sólidos para atender a diversidade de seus estudantes, respeitando a individualidade e as necessidades de cada pessoa no que se refere à construção do conhecimento e a formação do cidadão. Assim sendo, mostraremos a aplicabilidade de uma das ferramentas tecnológicas, a “Prancha Livre de comunicação” em atividade desenvolvida por aluno diagnosticado de deficiência intelectual. Nosso objetivo é ressaltar a capacidade produtiva do indivíduo deficiente e o fundamento das Tecnologias Assistivas na Educação Inclusiva.




Palavras chaves: Comunicação, Inclusão e Tecnologias Assistivas










São Borja-RS
2014


1. INTRODUÇÃO
Pessoas portadoras de necessidades especiais sempre existiram. Em muitas culturas, ao perceber que o bebê nascia com qualquer anomalia era descartado como um objeto sem utilidade. Em algumas famílias ainda se percebe a vergonha e a tentativa de esconder o “problema” da sociedade, daí as estatísticas, muitas vezes, não corresponder à realidade.


Hoje a visão é outra. Governos e sociedade em geral se unem para mudar as estatísticas e garantir maior inclusão e direitos a cidadania das pessoas com limitações, sejam estas limitações físicas ou cognitivas. Tratando-se de educandos, seja estudantes com transtornos globais do desenvolvimento, seja, com altas habilidades/ superdotação. Todos independente da condições de desenvolvimento devem ser plenamente acolhidos por todas as instituições de ensino. Portanto, a escola precisa estar adequadamente preparada quanto a acessibilidade, em todos os âmbitos, para recebê-los.


Apresentar alguma deficiência é realidade de muitas pessoas no nosso cotidiano. Como professores é nosso dever contribuir para melhorar o desempenho social de nossos estudantes com necessidades especiais.


O presente estudo tem por finalidade mostrar que o estudante ainda que apresente algum grau de deficiência, pode ser capaz de produzir e conquistar autonomia na sociedade.
Tendo como suporte epistemológico deste trabalho as Tecnologias Assistivas e fazendo uso da ferramenta Prancha Livre de Comunicação, buscaremos mostrar que o estudante com baixo rendimento escolar e diagnosticado como deficiente intelectual tem capacidade de construir o conhecimento de forma eficiente. Nosso intuito e evidenciar, principalmente, os aspectos positivos resultantes desta experiência.
2 . OBJETIVOS


2.1 Objetivo Geral:
Desenvolver habilidades de comunicação construindo textos digitais, a partir da leitura de imagens em Prancha Livre de Comunicação configurando a eficiência das Tecnologias Assistivas direcionado ao individuo portador de necessidades especiais.
2.2 Objetivo Específico


  • Apreciar o Software demonstrando domínio da ferramenta;
  • Explorar recursos de imagens e recursos linguísticos para se expressar através do computador;
  • Retextualizar desenho/Imagens para a construção textual;
  • Utilizar a Prancha Livre de Comunicação para expressar as ideias e construir textos;
  • Realizar leitura de forma autônoma consultando banco de imagens.


3. MÉTODOS E MATERIAIS


Com uso de Computador, o aluno construirá um texto a partir da seleção de imagem e estruturação na prancha livre de comunicação. Selecionamos apenas um estudante para a execução da atividade. Primeiramente nos reunimos com o aluno para convidá-lo a participar do trabalho e agendamos horário para apresentarmos nossa proposta. Logo após, em horário específico, no Laboratório de Informática, realizou-se as atividades perfazendo um total de 5 períodos de 45 minutos em dias consecutivos.
3.1 Referencial Histórico da Escola em estudo

A Escola Estadual de Ensino Médio funciona nos três turnos: manhã, tarde e noite, ensino Regular e EJA. Atualmente com cerca de 600 alunos distribuídos nos três turnos. Compõe o quadro de professores cerca de 50 profissionais, maioria com pós-graduação e alguns com mestrado. No presente ano, possui 24 alunos com necessidades especiais relacionados: a deficiência intelectual, deficiência física, baixa visão e transtorno desintegrativo da Infância. Não dispões de salas multifuncionais ou tecnologia específica para atender a demanda, porém há laboratório de Informática com acesso a internet disponível aos alunos e programas de oficinas. A escola dispõe de profissional específico para o atendimento dos alunos com necessidades especiais.


3.2 Perfil do aluno analisado

Selecionamos um aluno com deficiência Intelectual para desenvolvermos a prática pedagógica utilizando como Tecnologia Assistiva a ferramenta Prancha Livre de Comunicação. O estudante possui 15 anos de idade, cursa o 7º ano do ensino regular. No momento toma medicação do tipo ansiolítico e anticonvulsivo. Apresenta-se calmo, às vezes até apático. Não interage com os colegas, se não for estimulado. Lê, mas não sabe interpretar. Sente medo de expressar seus sentimentos. Gosta de desenhar e ouvir músicas. Seu sonho é ter um computador em casa . Segundo os professores envolvidos trata-se de um indivíduo educado e carinhoso, mas que não consegue acompanhar o desenvolvimento das atividades e o processo educativo. Geralmente está sonolento devido ao uso de medicamentos.


3.4 Tenologias Educacionais e Acessibilidade


Sentir dificuldade em acessar certos ambientes virtuais não é privilégio de pessoas com necessidades especiais. Nós também, como um todo, sentimos dificuldades em certos acessos, um site de banco, um site de loja virtual, ao trocarmos o nosso velho computador por outro mais novo, são exemplos de situações de entraves digitais e virtuais do nosso cotidiano.
O termo acessibilidade é sinônimo de aproximação, é contemporaneidade, é o respeito à diversidade humana (Débora Conforto).
O surgimento de novas ferramentas crescem desenfreadamente, sem muitas vezes, atenderem às necessidades dos usuários. Interfaces que criam ambientes impossíveis de interagir. Quando se pensa no usuário com necessidades especiais com limitações visuais, ou até cegos, por exemplo, nos perguntamos: como localizam informações e qual a linguagem utilizada para fazer esse intercâmbio homem/máquina. Como executar ações sem afastar o usuário? Estas e muitas outras questões norteiam pesquisas e estudos nessa área. Por isso requer pensar antes de projetar as ferramentas. Pensar semioticamente, onde tudo pode ser texto informativo, os sons, as cores, nos leitores de telas.
Agora existe lei que obriga o site seguir padrões da web de forma a atender o usuário oferecendo a garantida total de acessibilidade, cabendo processos e punições na aplicabilidade da lei.
Pensando no usuário que necessita de ajuda em sanar suas dificuldades as tecnologias voltaram seus conhecimentos a este contexto e impulsionaram saberes para a linguagem tecnológica. Direcionando parâmetros e paradigmas à linguagem/comunicação da Educação Especial, com o objetivo de atender singularmente o sujeito/usuário. É neste conjunto de artifícios destinados a fazer-se entender no meio social que entram as tecnologias na educação, as chamadas Tecnologias Assistivas. O uso do computador, disponibilizando estratégias lúdicas em diferentes formas de acessibilidade virtual, vem como mais uma ferramenta disponível que contribui no melhor desenvolvimento da criança ou jovem, não apenas no que se refere à comunicação, mas também a tornando parte de um contexto social, configurando referências na formação de identidade pessoal e social melhorando sua autoestima na sociedade a que esta inserida.
3.5 Proposta de Atividade
3.5.1 Estrutura Curricular
Modalidade / Nível de Ensino
Componente Curricular
Tema
Ensino Fundamental Final
Educação Especial
Comunicação e Tecnologia Assistiva
Ensino Fundamental Final
Educação Especial
Linguagem: prática de produção de textos
Ensino Fundamental Final
Educação Especial
Análise linguística: processos de construção de significação para deficientes Intelectuais
Ensino Fundamental Final
Educação Especial
Análise e reflexão sobre a língua nas tecnologias assistivas

3.5.2. Ferramentas de Acessibilidade - Prancha livre de Comunicação

Figura 01


A Prancha Livre de Comunicação é um software que foi desenvolvido para automatizar esse processo de comunicação alternativo, provendo facilidades de uso através do computador.
A simbologia contida na prancha foi desenvolvida especialmente para esse fim, sendo permitida para uso geral.




3.5.3 Ação Pedagógica

O aluno recebeu a orientação de construir uma prancha de comunicação utilizando imagens das partes do corpo humano. Foi construída uma prancha com seis imagens que representam: Boca, Braço, Pé, Mão, Nariz e Olhos. Demonstrando bastante dificuldade em compreender a forma estrutural do software, o aluno elaborou uma prancha com apenas seis gravuras. Foi sugerida a inserção de adjetivos que caracterizasse cada figura, mas o aluno não soube reconhecer as classes gramaticais. Lê com dificuldade e quase não entende o que lê.

Figura 02




Em outro horário o aluno elaborou outra atividade ainda utilizando a prancha de comunicação, criou uma sequência de imagens buscando representar a escola e sua rotina. Porém foi sugerido que construísse um texto dizendo o que entendera pela sequência de imagens referente a construção na figura 02.
Durante a atividade constatou-se dificuldades, mas conseguiu construir poucas frases que resultaram da leitura das imagens da prancha de comunicação. “ As pessoas precisam da boca pra comer do braço para trabalhar do pe pra caminha e dos olhos pra ver as coisas...”




4. RESULTADOS

Com o plano de ação pedagógica desenvolvido, foi constatado que a atividade executada serviu para diagnosticar as dificuldades apresentadas e a partir destas elaborar trabalho de acompanhamento mais preciso e criterioso. Ofereceu-se horário específico e atendimento personalizado, no laboratório de Informática para que o aluno pudesse conhecer melhor os equipamentos tecnológicos. Obteve, por uma semana, aula de digitação, noções da web e praticou a utilização da Prancha Livre de Comunicação evidenciando mais desenvoltura. Constatou-se melhor aproveitamento e vontade de buscar novos conhecimentos.

Sem dúvida a prática apresentada possibilitou ao aluno, além de agregar conhecimentos, também melhor convívio social. Os professores informaram que o aluno apresentou melhor resultado no índice de aprendizagem e também na forma de interação entre os colegas e professores. Embora com pouca noção de informática não se recusou a fazer as tarefas.


5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O elemento facilitador da aprendizagem, sem dúvida são as tecnologias. Desta maneira, o professor deve estar sempre atualizado para acompanhar o processo educativo como um todo. A criança que participa na execução de projetos pode contribuir e ter reflexo positivo no grupo todo. Traz avanço na comunidade acadêmica, pois mostra novos caminhos, necessidades e formas de agir. Esse resultado faz da criança ou jovem um ser pleno, realizado por estar apresentando um trabalho feito por ele ou que ele contribuiu na execução e que está atravessando fronteiras do preconceito e do conhecimento. Hoje as universidades estão cheias de alunos com alguma deficiência, cegos, surdos, que antes se acreditava jamais chegar a um curso superior, e agora desafia as universidades a se organizar cada vez melhor para recebê-los e conduzi-los a crescer como profissional, como cidadão, como pessoa de direito pleno.
Muito ainda pode ser feito, mas esta ação pedagógica serviu para mostrar novas formas de aprendizagem. Que o processo ensino aprendizagem voltado para a Educação Inclusiva torna-se mais acessível quando auxiliado pelas Tecnologias Assistivas.
As pessoas precisam ter consciência da responsabilidade que têm ao tratar com pessoas especiais. Priorizar e enfatizar suas potencialidades e habilidades, ainda que não consigam efetivar todos os seus objetivos de aprendizagem, pelo menos possam socializar-se e melhorar sua autoestima em fazer parte de um novo grupo social que é a escola.


Deficiência é não enxergar nas pessoas, as suas verdadeiras eficiências.”





  1. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


ASSISTIVA, tecnologia e educação. Disponível em http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html. Acesso em setembro 2014.

CADERNO pedagógico: curso de formação de professores em tecnologias da informação e comunicação acessíveis: volume 2/ [organizado por] Lucila Maria Costi Santarosa ...[ et al.]. - Porto Alegre: Evangraf, 2014.

____.DECRETO Nº 7.611/2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Disponível emhttp://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato20112014/2011/Decreto/D7611.htm. Acesso em setembro, 2014.

KOCH, Ingedore Grunfeld Villaça. O texto e a construção dos sentidos. 9ª Ed. SãoPaulo:Contexto,2007.____.LEI No 10.098, DE 19 DE DEZEMBRO DE 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l10098.htm. Acesso em setembro de 2014.




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